Enfeites e penduricalhos? Metais e enforcadores? Cada tutor tem as próprias preferências na hora de escolher uma coleira. É necessário, no entanto, pensar no usuário: é o cachorro quem vai “vestir” o acessório. A maioria não gosta de utilizar coleiras e outros equipamentos, mas vale lembrar que o uso, em muitas localidades brasileiras, é obrigatório.
Raça, porte e idade devem ser considerados antes da beleza das coleiras. As ideais devem respeitar as características do animal. A coleira deve se ajustar perfeitamente ao pescoço do animal (e, em alguns casos, também ao tórax e ao focinho). Cães devem passear diariamente, faça chuva, faça Sol, e a atividade precisa ser confortável.
Por mais incômodo que seja, é preciso respeitar a lei. Neste caso, não existem coleiras ideais: os animais devem ser conduzidos com enforcador, guia curta e focinheira. Seja como for, conhecendo o temperamento do pet, o tutor responsável deve passear com o animal de maneira a garantir a integridade dos transeuntes e do próprio cachorro.
A competência para ajustar sobre o tema é das unidades da federação (não existe uma uniformização em nível federal). Em São Paulo, por exemplo, exige que os cães de algumas raças consideradas “perigosas” (como o pitbull, o rottweiler e o mastim napolitano) sejam conduzidos com guia curta e focinheira.
Em alguns locais, as proibições beiram o absurdo. É o caso, por exemplo, de Porto Alegre. Na capital gaúcha, é proibida a circulação, em locais caracterizados por aglomerações populares, de cães considerados “de guarda, de combate ou de outra aptidão em que se destaquem pela força e pela agressividade”.
A lei gaúcha (nº 8.871/2001) não especifica as raças “perigosas”, mas prevê multas de 50 a 500 UFMs (unidades financeiras municipais) no caso de descumprimento. Atualmente, uma UFM de Porto Alegre equivale a R$ 3,90.
São muitos os relatos de cães machucados por coleiras e peitorais de má qualidade. No mercado, existem bons produtos confeccionados com náilon, couro, correntes metálicas e poliéster, entre outros. Atualmente, os artigos preferidos são os de poliéster, material que pode ser enfeitado com estampas e cores, para a felicidade dos tutores.
Não é recomendável o uso de guias muito longas. De acordo com o porte dos cães, o comprimento não deve ser inferior a 1,40 metro, mesmo que o condutor seja uma criança.
Nunca passeie com os cães sem usar a coleira e corrente, por mais mansos que eles possam ser. Algumas raças podem se sentir “livres demais” e sair em disparada, para desespero dos donos e de quem está transitando nas ruas. Outros animais podem se sentir desprotegidos – e, muitas vezes, isto significa atacar tudo o que estiver em movimento à frente deles.
É a melhor opção para passear com cachorros de porte pequeno e médio. Além disto, alguns modelos estão entre os mais baratos disponíveis no mercado. A espessura deve ser compatível com o tamanho do cão. Lembre-se: assim como os calçados, as coleiras também têm numeração. Os acessórios precisam garantir o conforto e a segurança dos animais.
As melhores coleiras comuns são as de couro, mas as de náilon são mais baratas e não fazem feio.O peitoral é indicado apenas para cachorros pequenos (apesar de haver modelos para todos os portes), uma vez que os animais tendem a puxar, tornando a caminhada desconfortável para o condutor. Feito geralmente em náilon, alguns peitorais permitem o ajuste das alças de acordo com as características anatômicas dos animais.
O peitoral envolve o pescoço e o tórax, oferecendo segurança e conforto para os cães.Trata-se de um peitoral que desestimula as “puxadas” dos cachorros. Enquanto os peitorais tradicionais estimulam o “reflexo de oposição” – que é exatamente o que animais como os huskies siberianos, malamutes e samoiedas fazem ao puxar trenós – a tira frontal do easy walk impede o cão de puxar, porque imprime pressão suave sobre o tórax e a escápula.
O easy walk apresenta quatro pontos de ajuste, sendo uma boa opção para cães médios e grandes.Esta pressão faz o animal voltar-se para a lateral, redirecionando a atenção para o condutor. O easy walk não provoca tosse, engasgos ou asfixia, pois a cinta não fica sobre a traqueia e a laringe, mas embaixo do esterno, osso chato e alongado que se articula com as costelas superiores. Existem modelos indicados para cães de focinho curto (braquicefálicos).
O ideal é escolher um modelo de algodão, couro ou corda (materiais mais leves e resistentes), sempre com mosquetão giratório, que facilita a condução dos cães. O comprimento recomendado é de 1,5 metro, mas, se a intenção for garantir maior mobilidade para os animais, existem produtos de até dez metros.
As guias são vendidas se acordo com o peso dos cães.Evite o uso de guias retráteis (elásticas ou com amortecedores): com elas, a maior parte dos cães é incentivado a puxar – e isto pode colocar o tutor em sérios apuros. As guias muito finas são difíceis de segurar: as muito grossas e pesadas são pouco práticas e desconfortáveis para o cachorro e também para o condutor.
Ele é considerado uma coleira de treinamento, para condicionar cães agressivos ou desajustados. O princípio do enforcador é bem simples: ele provoca desconforto e dor quando o animal puxa a coleira. Com o tempo, o cachorro associa dor e conduta inadequada, deixando de exibi-la.
O meio enforcador (como o mostrado na foto) é um meio termo, menos “sofrido” para o cão.Seja como for, o enforcador apresenta algumas desvantagens: alguns cães podem desenvolver respostas ainda mais agressivas com o uso desta coleira (inclusive atacando o condutor, visto como o responsável pelas dores). A coleira pode provocar estresse nos animais – exatamente o oposto do que se espera em uma caminhada prazerosa.
Antes de ser uma coleira, a carrana pode ser descrita com mais propriedade como um instrumento de tortura. Ela também é conhecida como colar de grampos ou de espinhos e é uma espécie de enforcador mais drástico.
A carrana, indicada apenas para especialistas.A carrana é indicada apenas para adestradores experientes, em treinamentos de resistência. Apesar de, em diversos desenhos animados, ele figurar como um acessório obrigatório para os cães agressivos, pessoas sem experiência não devem utilizá-las, uma vez que podem causar ferimentos graves nos animais.
Este modelo é especial para cães grandes e molossoides. A cinta envolve a cabeça e focinho do animal (é uma espécie de cabresto), o que facilita a condução, sem riscos de enforcamentos e ferimentos. A maior vantagem do head collar é que não há necessidade de grande força física para passear com o pet, mesmo que seja um dogue alemão.
O head collar é excelente para o treinamento de cães de grande porte.Nunca passeie com os seus cães nos horários mais quentes do dia. No verão brasileiro, são muitos os casos de insolação, alguns deles fatais. Além disto, a exposição constante a altas temperaturas pode provocar o temperamento de cânceres de pele, especialmente entre os animais de pelagem curta ou clara.
Coleiras e guias não são acessórios de decoração: são itens de segurança para os cães e também para os passantes. As coleiras devem se ajustar com facilidade ao corpo dos animais, que precisam vesti-las com rapidez, sem incômodos na hora dos passeios.
Os passeios diários são fundamentais para garantir a boa saúde dos cães, especialmente dos que moram em apartamentos e casas que dispõem de pouco espaço para o exercício. De qualquer forma, os passeios são uma excelente maneira de estreitar os laços entre humanos e caninos. Os cães aprendem diversas formas de socialização quando passeiam diariamente.
Por fim, leve uma sacola plástica para recolher as fezes do seu cão (cãozinho ou canzarrão). Muitos animais fazem as necessidades apenas durante os passeios diários – a caminhada estimula os movimentos peristálticos do intestino. Este é um excelente incentivo, mas ninguém, mesmo que tenha cachorros, precisa se deparar com troços de cocô na calçada.