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Petisco contaminado – o que fazer em caso de intoxicação?
12/09/2022

Desde o final de agosto, cães em diferentes estados brasileiros vem apresentando sinais de intoxicação após ingerirem 3 diferentes tipos de petiscos industriais produzidos pela empresa Bassar Pet Foods, e contaminados com a substância Etilenoglicol.

 

Essa semana, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) divulgou as condutas que devem ser tomadas caso seu pet tenha consumido algum dos petiscos em questão e apresente os seguintes sintomas:

 

a partir de cerca de quatro horas após a ingestão:

- quadro de depressão,

- dificuldade de caminhar,

- agressividade,

- queda da temperatura corporal,

- taquipenia (respiração rápida e rasa, ofegante),

- aumento da necessidade de ingestão de água;

 

a partir do segundo dia após a ingestão da substância, é comum que o animal:

- fique letárgico,

- apresenta náuseas, vômitos, uremia (ausência de urina) e convulsões.

 

O quadro poderá evoluir para insuficiência renal, contribuindo para agravamento da intoxicação do organismo de forma rápida. Em menos de 72 horas, o animal poderá vir a óbito.

 

O que fazer se meu pet apresentar algum destes sintomas?

 

A orientação do CRMV-SP é buscar auxílio imediato de um médico-veterinário assim que identificar ou suspeitar de intoxicação pelos petiscos contaminados – tal conduta é de suma importância para tentar reverter o quadro e evitar o óbito do animal.

 

O médico-veterinário poderá utilizar medicamentos eméticos (que provocam vômito) ou orientar o tutor a provocar vômito no animal quando houver suspeita de ingestão de produto, caso ainda não sejam apresentados sintomas. “Em até uma hora a partir da ingestão do produto, orientamos que o profissional realize também uma lavagem gástrica no animal. Após esse tempo, será importante que o profissional auxilie o organismo do animal a diminuir a taxa de metabolização do Etilenoglicol, ampliando o tempo de processamento da substância, na tentativa de reduzir os efeitos deletérios”, explica Anne Pierre Helzel, assessora técnica médica-veterinária do CRMV-SP. Caso o quadro de intoxicação evolua, com o colapso renal do animal, é possível tentar a realização de hemodiálise peritonial.

De acordo com as investigações em curso, os petiscos contaminados identificados até o momento são: Dental Care, Every Day e a Petz Snack Cuidado Oral. Todos são de fabricação da empresa Bassar. A substância que provocou a intoxicação dos animais, Etilenoglicol, é um composto químico comumente utilizado como anticongelante, presente em produtos automotivos e em refrigeradores, que, em sua forma pura, costuma atrair animais por conta de seu sabor doce.

 

“O Etilenoglicol provoca uma intoxicação aguda, pois o corpo, humano ou animal, não consegue lidar de forma adequada com a substância, por isso ela é absorvida. Durante a tentativa de metabolização, há a produção de danos que podem ser permanentes. Por isso, é importante que os tutores fiquem atentos aos sintomas e procurem orientação médica-veterinária com urgência”, alerta Anne Pierre.

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